Tati Marin, como genealogista

A genealogista Tati Marin

Em Opiniões e Experiências Por Tati Marin2 Comments

Genealogista era uma profissão que anos atrás, apesar de exercer amadoramente, eu não tinha a pretensão de seguir. Mas hoje é uma certeza! O texto que segue abaixo, escrito em 2015, leva o título “O que eu sou? O que eu faço?” Bem diferente deste que abre este post, não é?

O motivo de trazer este conteúdo para cá vai de encontro com a minha identidade, que venho desvendando há anos. O texto vem com algumas edições, para ficar mais sucinto, e adições, que aparecem em itálico. O original pode ser lido no meu blog pessoal (e abandonado) My Miscs. E, ao final, insiro algumas atualizações.


O que você faz? Você cozinha, né? – perguntou meu filho de 7 anos para completar um questionário da tarefa de Inglês. Ele precisaria entrevistar os pais e os avós. Eram somente quatro perguntas: “what do you do”, “is it difficult”, “do you use any technology in your job” e “do you speak English”.
– Sim, eu cozinho – eu respondi – mas espera ai – e fiquei pensando. Diante da minha hesitação, ele disse:
– Vou colocar “clean”, tá?
– Nãããoooo!!! – gritei e cheguei mais perto para ler as questões, como se elas fossem esclarecer minhas dúvidas.

O que eu faço?

Eu comecei a trabalhar cedo. Antes de completar 12 anos já estava empregada como operadora de rádio amador numa empresa situada ao lado da minha casa, por quatro anos. Sai da central de rádio no começo de 93, quando os horários da empresa mudaram e a carga horária escolar aumentou. Já estava no terceiro ano. Prestes a fazer o vestibular.

Meu sonho era ser arqueóloga, mas a UFMS (única universidade onde eu prestaria vestibular), na época, não contava nem com o curso de história. Teria de me contentar com os cursos existentes. Do funil escoaram jornalismo e ciência da computação. Sério!! Até que alguém “muito bem informado” me deu o seguinte conselho:

– Não precisa fazer computação, depois você faz um curso de informática que é a mesma coisa.

Eu, que nunca tinha visto um computador na minha vida, comprei a ideia na hora. E foi assim que aquela pessoa tímida decidiu-se pelo Jornalismo. É estranho como as coisas acontecem, mas um estudante de ciência da computação se tornou meu namorado (e depois de muitos anos, meu marido) já no meu primeiro ano de faculdade.

Era o florescer da internet no Brasil e em Campo Grande a grande rede brotava na UFMS. Logo meu namorado me ensinou a criar home pages. Ele se formou e abriu uma empresa e eu estava sempre junto, ajudando. Me formei em Jornalismo e não trabalhei na área naquele momento.

Entre 2002 e 2003 fiz uma pós graduação em Engenharia de Websites. Aprendi conceitos de Orientação a Objetos. Lindo! Banco de dados, Java, etc. O trabalho de conclusão de curso foi um sistema de genealogia baseado na Web …

… chamado Radici (raízes em italiano). Naquela época o Family Search não era o que é hoje e se meu projeto tivesse virado site, talvez seria o primeiro sistema em que usuários poderiam ter uma árvore genealógica online, pelo menos em português. Na verdade, meu algoritmo ficou online somente com a minha própria genealogia por um bom tempo. Veja um pouco aqui (thanks a lot Web Archive).

O que me deixou orgulhosa, no entanto, foi como a monografia ficou tão bem escrita!

Em 2004 nasceu minha filha e eu me dediquei ao ofício de ser mãe. Entretanto o fato de “não fazer nada” me incomodava. Me tornei uma consultora de cosméticos, pois era algo que não tomaria tanto meu tempo e poderia render lucros. Me aventurei, não muito longe, eu sei e foi uma experiência interessante.

Em 2008, quando meu segundo filho estava prestes a completar um ano, mergulhei novamente na tecnologia. A empresa do meu marido estava trabalhando num grande projeto. Programei muito em PHP em um sistema de controle de almoxarifado.

A situação no momento permitia, então me dediquei ao serviço voluntário. Trabalhava em casa como Missionária do FamilySearch atendendo ligações e respondendo mensagens eletrônicas dos usuários do site. Esta experiência durou um ano, mas não deixei o voluntariado. Continuei com moças de 12 a 17 ajudando-as e incentivando-as a desenvolverem talentos e aprenderem bons princípios, para que elas tenham condições de fazerem escolhas com responsabilidade.

Em seguida, levada pelo momento tecnológico, embarquei na onda das mídias sociais e marketing digital. E é o que estou fazendo no momento. Já tive alguns clientes que me renderam ótimas experiências com as redes sociais. Atualmente voltei para a empresa do meu marido, da qual sou sócia, e faço um pouco de tudo.

Além disso, já fui pesquisadora do DataFolha enquanto era universitária, já dei aula para alunos de ensino fundamental e médio, já tive uma loja de roupas. Sou rato de academia, sou antenada em alimentação saudável (e tento aplicar tanto quanto a família permite), canto em um coral, toco um pouco de violão. E, sim, limpo, lavo, passo e cozinho!

Então quando acontece aquele estranho momento em que me perguntam o que eu faço, normalmente eu paro pra pensar. Um título não me define. Uma profissão não descreve minhas competências. Uma formação não revela tudo que eu sei. Na resposta à questão da tarefa do meu filho, depois de gastar um pouco de grafite e borracha por algumas vezes … nossa, não lembro mais o que deixei ele escrever.


Hoje não hesitaria em responder: genealogista! Entretanto a conclusão acima ainda é verdadeira.

Para atualizar, depois daquele escrito, fiz um MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Sociais. Porém em 2016 comecei a trabalhar como repórter em um jornal online, ofício que exerci por 3 anos. Em seguida, pude atuar como assessora de impresa para eventos.

Neste mesmo tempo, em maio de 2019 quando saí da última empresa em que trabalhei como reporter (eu já era estudante à distância do curso Family History Research da BYU – Brigham Young University), tive a ideia de criar um canal no Youtube sobre genealogia. Publiquei o primeiro vídeo em junho daquele ano.

E cá estou na Itália, produzindo conteúdo e fazendo pesquisas genealógicas … paralelamente ao emprego de? Webdesigner e webmaster… novamente. E planejando para logo, logo ser apenas genealogista como profissão.

Comments

  1. Iniciei a coleta de informacoes sobre meus antepassados (meus quatro avos italianos) cerca de 1996.
    Na época encontrei um programa em DOS – Cumberland Family Tree – cujo autor, Ira Lund, é menbro da Igreja dos Mórmoms , LDS. Deles já existia o programa de Genealogia PAF.
    Ira achava o PAF não muito amigavel e criou um programa para seu uso pessoal e o colocou da Rede cobrando uma para uso de terceiros.
    Muito bom programa, simples de usar, poderoso, flexivel, diversas linguas. ótimo para profissicionais de Genealogia.
    Foi incrementado, aperfeicoado, é independente do Windows tanto que trabalha em qualquer versao e hoje funciona normalmente no Win 10 (no 11 não testei).
    Ira Lund criou uma rede de colaboradores para traducao e incorparacao de divesas linguas. Eu fui um deles para com a nossa- Portugues Brasil.
    Com o incremento do FamilySearch a maioria dos interessados em genealogia deixaram de usar programas comprados
    A maioria dos colaboradores do Cumberland já são bem idosos ou faleceram. O Programa já não tem tantos usuarios como no passado.
    Continuo usando e quando tenho alguma dúvida, Ira sempre está presente.
    Atenciosamente
    Leonel

    http://www.cft-win.com

  2. As pesquisas sobre meu avô paterno me levou a encontrar seus antepassados até oitava geração, bem como parentes de meus outros tres avós
    Finotti em Donada, hoje Comune de Porto Viro (RO), Italia
    Bertazzolo em Maserà di Padova (PD)
    Toffoli e Pellegrinet em Cordignano (TV)
    Tchau
    Abs

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