Fiz um teste de DNA! Saiba como funciona e o que aprendi sobre minha família

Em DNA Por Tati MarinDeixe um Comentário

Eu ganhei um teste de DNA! Foi um dos presentes mais legais que eu já recebi. O resultado indicou algo um pouco do óbvio e também algumas coisas interessantes. Mas quando abri novamente para escrever este artigo, tive uma grande surpresa! Conversei com o Rodrigo Sette, meu colega da época de Suporte do FamilySearch e CSO do MyPast, que me contou como estes testes funcionam.

Coleta de material para o teste de DNA

Foi em janeiro de 2016, quando visitei um amigo genealogista nos Estados Unidos. Nós provavelmente somos primos de “enésimo” grau, pois compartilhamos o mesmo sobrenome na mesma região da Itália. E foi por isso que ele me deu o teste.

O kit, que era do Ancestry.com, tinha um tubinho para a coleta de saliva, manuais e outros materiais que não lembro muito bem. Foi uma surpresa e tudo aconteceu rapidamente. Ele me entregou, já foi abrindo e dizendo para eu cuspir no recipiente. Em seguida ele pegou tudo para enviar ao laboratório. Depois disso eu deveria esperar. Meses!

Rodrigo Sette me contou que todos os testes de DNA são feitos desta forma, com coleta de saliva. Alguns contêm um bastão com a ponta de algodão para raspar na lateral da boca, outros são como os que eu ganhei.

Estimativa de etnia

Cerca de dois ou três meses depois encontrei o resultado do teste de DNA no meu perfil do Ancestry.com. A estimativa da minha etnia na época era de maioria italiana, o que não era nenhuma surpresa. Agora eu não consigo lembrar qual era a porcentagem, mesmo tendo consultado tantas vezes novamente … mas era algo na ordem de 40 a 60% italiana, além de francesa e pequenas porções de outras partes da europa, inclusive leste europeu.

E eis que, ao abrir novamente o resultado para produzir este artigo, as porcentagens mudaram! Não só isso. Agora o teste diz que minha ancestralidade é na maior parte (44%) francesa! Veja abaixo.

Estimativa de etnia do meu teste de DNA.

Mas o Ancestry.com explica.

Sua estimativa atualizada está aqui!
Recentemente, adicionamos mais populações e comunidades étnicas. Com base nesta atualização, você poderá ver alterações nos seus resultados.

Seu DNA não muda, mas nossa ciência muda.
Agora temos mais dados, para que possamos comparar seu DNA com ainda mais populações ao redor do mundo. Isso fornece uma estimativa mais precisa.

Teste de DNA: ilustração base de dados de DNA

Isso foi um tanto surpreendente pra mim, porque todos os meus bisavós são italianos ou filhos de italianos. Em algumas linhagens avancei várias gerações e nunca encontrei algum ancestral francês. Já li em algum lugar que o sobrenome Marin seria originário da França. Entretanto, também já li que Catto (sobrenome do meu avô materno) seria originário da Escócia, que está presente no resultado, mas em uma pequena porção.

Ainda bem que eu já tinha conversado com o Rodrigo, o que me preparou para esta mudança inesperada. “O teste de DNA vai dizer a história do DNA. Não é matemática. Não é exato”, explica ele. Inclusive, as várias empresas que realizam tais testes de DNA incentivam que seus clientes colham e analisem o DNA mais de uma vez. “É impossível pegar o mesmo material genético, sempre a mesma parte do DNA para analisar. Sempre vai dar um resultado diferente”, completa.

Não foi exatamente o meu caso, eu concordo, pois fiz o teste apenas uma vez. O que aconteceu comigo foi o inverso: o banco de dados é que foi modificado (ou complementado) o que surtiu um resultado diferente.

Sette mencionou inclusive o caso conhecido do jogador de futebol Gilberto Silva, que passou por um teste de DNA e o resultado apontou que ele havia apenas 1% de etnias latino-americanas. “Já se sabe que a ancestralidade genética (indicada pelos testes de DNA) não é exata”, esclarece o CSO do MyPast.

Como funciona?

O material genético coletado é analisado em um laboratório especializado e as sequências de DNA são comparadas com as informações contidas em bases de dados. A partir desta comparação, o resultado aponta determinadas porcentagens de das etnias.

Existem algumas empresas que realizam o procedimento, e falei um pouco sobre isso neste post. Os preços variam entre um e outro e isso se deve mais aos serviços oferecidos em cima do resultado do que a eficácia, precedência ou garantia do teste. “É irrelevante onde o teste é realizado”, pontua.

Se o teste de DNA não é exato, compensa fazer?

Esta resposta é muito pessoal. Depende de como você encara a história da sua família, o quanto de esforços (não só financeiros) você emprega com genealogia, etc. Se você tem condições de comprar um teste e ama descobrir sua ancestralidade, eu te aconselho fortemente a faz-lor. Alguma coisa você vai descobrir e, com o tempo, mais dados vão surgindo.

Ainda, além de indicar as etnias que correm no meu sangue, consegui outras informações com o teste. Mas isso é assunto para outro post. Aguarde!

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