A caligrafia de documentos antigos é uma das barreiras para todos os pesquisadores de história da família. Invariavelmente, em algum momento teremos contato com registros históricos escritos à mão em materiais que não tinham a qualidade de hoje. Tais documentos nem sempre eram mantidos em condições ideais, apesar de fazerem o melhor que podiam. Com isso, os escritos podem ter sido afetados, o que dificulta a leitura do conteúdo.
Além disso, os escreventes faziam seus trabalhos em situações não muito favoráveis. Por séculos os responsáveis pela criação de documentos vitais eram líderes religiosos, que tinham muitos outros afazeres. A tarefa de escrever os registros muitas vezes era feita às pressas e, não raro, em locais muito frios.
Na história mais recente da produção de documentos, séculos 17 e 18 em diante, um dos objetivos do escrevente era obter um texto com uma caligrafia impressionante. Por isso, talvez você encontre registros com letras extremamente rebuscadas e enfeitadas. O fato é que nenhum deles imaginava que décadas ou séculos depois nós estaríamos tentando entender o eles escreviam.
Então, vamos às dicas para decifrar a caligrafia de documentos antigos.
1. Leia o documento inteiro
Primeiramente, leia (ou tente ler) o documento inteiro, do começo ao fim, mesmo que não compreenda todas as palavras. Isso ajuda para você conhecer a caligrafia do escrevente e ter um senso de todo o documento.
2. Compare palavras e letras
Da leitura que você fez, você provavelmente terá decifrado muitas palavras e letras. Use o que você entendeu e compare com outras partes do texto que você não conseguiu ler.
3. Escreva o alfabeto
Conforme você vai compreendendo as palavras e letras, desenhe o alfabeto que o escrevente usou para produzir o documento. O traçar os tipos vai te ajudar a fixar melhor os caracteres e então identificá-los no texto.
4. Transcreva o documento
A esta altura você já vai ter compreendido boa parte do registro, então transcreva todo o texto deixando lacunas para as palavras e letras que você não conseguiu decifrar.
5. Compare com outros registros
Se você estiver pesquisando em um livro de registros, é muito provável que o mesmo escrevente tenha produzido os outros documentos do conjunto. Compare o texto do seu interesse com os anteriores e posteriores.
6. Atenção para ortografia e pontuação da época
Dependendo de quando foi produzido o documento, é possível que a ortografia, pontuação e regras para maiúsculas sejam diferentes das que usamos hoje em dia.
7. Contrações e abreviações
Outro fator que você precisa ter em mente é que normalmente os escreventes faziam contrações ou abreviações para economizar espaço, já que os recursos – tanto papel como tinta – eram escassos. Isso vale tanto para palavras como nomes.
8. Familiarize-se com o texto dos documentos
Sempre que pesquisar um documento, leia o texto integralmente, assim você vai se familiarizando com as palavras e termos normalmente usadas em cada um deles. Localizar este conteúdo nos registros ajuda a decifrar letras e palavras do escrevente.
9. Faça indexação do FamilySearch
Ser voluntário na Indexação do FamilySearch tem tantos benefícios que até vale um post só sobre isso. Um dos benefícios é te colocar em contato com vários tipos de documentos e caligrafias, o que vai ajudar muito na sua pesquisa.
Você tem algum segredo para decifrar as caligrafias antigas? Achou essas dicas úteis? Conta a sua experiência!